História do Vôlei Brasileiro

Não há uma data exata do inicio da prática do voleibol no Brasil. Oficialmente, a primeira competição do esporte no país foi realizada em Recife, no estado de Pernambuco, em 1915, organizada pela Associação Cristã de Moços (ACM), com regras e regulamentos definidos. Antes disso, o vôlei era praticado informalmente. A partir desta competição, o esporte é inserido nas disciplinas de educação física de muitas cidades pernambucanas. Dois anos depois,em 1917, o esporte chegou à ACM do estado de São Paulo.

O Brasil participou da primeira competição internacional, em 1951, no 1° Campeonato Sul-Americano de Voleibol, realizado na cidade do Rio de Janeiro.  Este campeonato foi patrocinado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), com o apoio da Federação Carioca de Voleibol e, foi realizado no ginásio do Fluminense, entre 12 e 22 de setembro daquele ano. O time brasileiro foi campeão nas modalidades feminino e masculino. Em 1955, o Brasil estreava, juntamente com o vôlei, nos Jogos Pan-americanos, realizado na Cidade do México. E a estréia do país nas competições em solo europeu foi para a disputa do Campeonato Mundial de Paris, na França, em 1957. Neste ano a seleção masculina foi comandada pelo técnico Sami Mehlinsky e o Brasil terminou na 11ª colocação.

Em 16 de agosto de 1954 foi fundava a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). A CBV foi criada com o objetivo de difundir e desenvolver o vôlei no país. Dez anos depois, o vôlei brasileiro marcou presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando o esporte estreou na competição. Assim como no futebol, o Brasil é o único país que disputou todas as Copas do Mundo, os sextetos nacionais masculinos de vôlei participaram de todas as edições das Olimpíadas.

O Brasil entre os melhores

Em 1975, após um excelente trabalho realizado pela CBV, o Brasil entrava para o seleto grupo das grandes potências do vôlei. Isto ocorreu quando o presidente Carlos Arthur Nuzman (hoje presidente do Comitê Olímpico Brasileiro) assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Voleibol.
Nuzman apostou em um trabalho de longo prazo e no apoio a iniciativa privada. Com isso foi montada uma grande infra-estrutura que ajudou no o surgimento de grandes revelações e conquistas para o vôlei brasileiro.

Sete anos depois que assumiu a presidência da CBV, Nuzman colhia os frutos de ter apostado no incentivo das empresas privadas. O Brasil conseguia uma inédita medalha de prata no Campeonato Mundial masculino, disputado no ano de 1982, em Buenos Aires, na Argentina. Em 1984, o Brasil, novamente, teria uma grande participação com competições internacionais. Desta vez, conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, perdendo na final para os norte-americanos. Nesta época, o então técnico, Bernardo Rocha de Rezende, o “Bernardinho” era jogador daquela seleção.

O sucesso da seleção brasileira era tanto que em 1983 um amistoso contra a União Soviética foi realizado no estádio Maracanã, reunindo mais de 100 mil pessoas. Um recorde de público no cenário mundial do voleibol. Nesta época a seleção era conhecida como a “grande geração de prata” composta por Bernard, Montanaro, Renan, Willian, Amauri, Fernandão, Domingos Maracanã, Bernardinho e outros atletas de sucesso.

 Da geração prata a seleção de ouro

Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, na Espanha, uma nova geração entrava no cenário da seleção masculina de vôlei. A geração anterior, conhecida como a “geração de prata”, dava lugar à “geração de ouro”. Naquela Olimpíada, o tão sonhado ouro era conquistado pela seleção brasileira que tinha como integrantes do time: Tande, Marcelo Negrão, Giovani, Maurício, Paulão e Carlão.

Depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona, o Brasil entrava de vez no cenário mundial como favorito a conquistar as competições. Tanto que a seleção masculina nos anos seguintes conquistou vários títulos na Liga Mundial, no Mundial e na Copa do Mundo, além de mais um ouro olímpico.

Depois de Tande, Giovane e Paulão, surgiam nos anos 2000 outros jogadores que brilharam e fizeram do Brasil, atualmente, a maior potência do vôlei no mundo com Giba, Serginho, Gustavo e outros atletas de destaque, comandado pelo treinador multicampeão Bernardinho.


As meninas do vôlei brasileiro também brilham

As meninas do vôlei brasileiro também fizeram história no cenário mundial. A Seleção Brasileira de voleibol feminino foi formada em 1951, e estreou no campeonato sul-americano conquistando a medalha de ouro. Mesmo com pouca tradição no voleibol feminino na década de 50, o Brasil conseguiu se manter entre os melhores times das Américas, conquistando inúmeros títulos sul-americanos e dois Pan-Americanos (um conquistado no ano de 1959, em Chicago e outro em 1963, em São Paulo).

Os melhores destaques do time brasileiro eram obtidos nas competições continentais, já nas intercontinentais não obtinha o mesmo êxito. Ficando entre 6º e 8º lugar em campeonatos mundiais e jogos olímpicos. Os melhores resultados em competições intercontinentais aconteceram no Campeonato Mundial de vôlei, realizado em 1996. A seleção brasileira feminina ficou em 5º lugar e, neste mesmo ano conquistou o 6º e 4º lugar nos jogos olímpicos de Seul e Barcelona, respectivamente.

Nos anos 90, o voleibol brasileiro feminino começou despontar no cenário internacional, mais especificamente em 1994, quando o técnico Bernardinho assumiu o comando da seleção. Neste mesmo ano conquistou o vice-campeonato no Mundial realizado no Brasil, uma medalha de ouro no Grand Prix e, em 1995 a medalha de prata na Copa do Mundo de Vôlei. Com novos talentos na equipe feminina como: Ana Moser, Fernanda Venturini, Ana Paula, Márcia Fú, Fofão, Virna, Hilma e Leila, o voleibol brasileiro cresceu e passou a incomodar a Seleção de Cuba, considerada a melhor equipe do mundo dos anos 90.

Em 1996, elas entraram de verdade conquistando as medalhas de bronze, nas Olimpíadas de Atlanta, nos Estados Unidos e, em 2000, nas Olimpíadas de Sydnei, na Austrália. Vários títulos no Grand Prix, Campeonatos Mundiais e Copas do Mundo foram coroados com a conquista da medalha de ouro olímpica, inédita, até então, no vôlei feminino. Este prêmio foi conquistado, em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, na China.

Após vários títulos sob o comando do técnico Bernardinho, o mesmo deixa a equipe feminina e passa a comandar o time masculino. A Seleção feminina passa a ser liderada pelo técnico Marco Aurélio Motta. Em 2003, a seleção volta a brilhar com a entrada de um novo técnico, José Roberto Guimarães, que promoveu uma renovação na Seleção, como novos talentos como Mari, Sheilla, Paula Pequeno, Sassá, Carol Gattaz, Fabiana, Valeskinha, Jaqueline e outras meninas.

Após alguns anos, em 2008, a Seleção conquistou o heptacampeonato do Grand Prix e a primeira medalha de ouro olímpica em Pequim, na China, consagrando o vôlei feminino brasileiro. Em 2009, tornou-se um time octacampeão invicto no Grand Prix.

Todo o sucesso que vem tendo o vôlei brasileiro vem com um excelente trabalho realizado pela Confederação Brasileira de Vôlei. Até agora, as categorias de base do vôlei masculino e feminino já estiveram mais de 100 vezes no pódio em competições internacionais desde 1972. Tudo isto aponta um futuro promissor para o vôlei no Brasil. A cada nova geração, uma nova era de campeões vem surgindo no Brasil neste esporte e tornando-se além do país do futebol, o país do voleibol.

Retrospecto

Nas categorias de base, três títulos em quatro competições. As seleções infanto-juvenil e juvenil femininas e a juvenil masculina conquistaram os Campeonatos Sul-Americanos. A equipe infanto-juvenil masculina ficou com a medalha de prata. Todas elas garantiram a vaga do Brasil nos Mundiais das categorias em 2011.
Na praia, Juliana e Larissa conquistaram pela quinta vez o título do Circuito Mundial. Maria Elisa e Talita ficaram com a segunda colocação. Entre os homens, Emanuel e Alison foram vice-campeões. Pela segunda vez consecutiva, Juliana foi eleita a melhor jogadora da competição.

Ao todo, o voleibol brasileiro disputou 41 competições e subiu ao pódio 44 vezes, conquistando 15 medalhas de ouro, 14 de prata e 15 de bronze.